BURNOUT - COMO EVITAR O ESGOTAMENTO

O cansaço extremo parece não ter fim? A sensação de estar sem energia para as tarefas mais simples do dia a dia pode ser um sinal de alerta para algo mais sério: o Burnout, um problema cada vez mais comum, mas que ainda é pouco compreendido por muitas pessoas.

7/7/20254 min read

Burnout: O que é e Como Evitar o Esgotamento

O Burnout é uma síndrome ligada ao estresse crônico, geralmente associado ao ambiente de trabalho, mas que não se limita apenas a quem exerce uma atividade profissional. Estudantes, cuidadores, mães, voluntários ou qualquer pessoa sobrecarregada por demandas emocionais e responsabilidades excessivas também podem desenvolver Burnout.

A característica central do Burnout é o esgotamento físico, emocional e mental, que gera sensação de incapacidade, falta de motivação, distanciamento de tarefas rotineiras e até sintomas físicos importantes. Insônia, dores de cabeça frequentes, alterações gastrointestinais, taquicardia, queda de cabelo ou dores musculares são manifestações comuns quando o corpo tenta sinalizar que algo não vai bem.

Vale ressaltar que o Burnout não é frescura, preguiça ou fraqueza — trata-se de uma resposta real do organismo a uma sobrecarga prolongada.

Principais sinais de Burnout

Ter atenção aos sinais de alerta é fundamental para evitar que o esgotamento avance a ponto de comprometer a saúde física e mental de forma mais grave. Alguns indícios são:

  • Sensação constante de exaustão, mesmo após períodos de descanso.

  • Falta de motivação para atividades que antes faziam sentido ou eram prazerosas.

  • Pensamentos recorrentes de fracasso ou sensação de incompetência.

  • Irritabilidade, impaciência ou dificuldade de manter o humor estável.

  • Concentração prejudicada e lapsos de memória.

  • Alterações no sono, como insônia ou sono excessivo, que não traz descanso reparador.

  • Manifestações físicas, como dores de cabeça frequentes, problemas digestivos ou tensão muscular persistente.

Perceber vários desses sintomas juntos é um indicativo claro de que é hora de parar, avaliar o estilo de vida e buscar estratégias para cuidar da saúde mental.

Quem está mais vulnerável ao Burnout

Alguns perfis comportamentais são mais propensos a desenvolver Burnout. Pessoas extremamente dedicadas, com forte senso de responsabilidade, autocríticas, perfeccionistas ou que têm dificuldade para dizer “não” tendem a assumir mais tarefas do que conseguem administrar.

Além disso, ambientes com cobrança excessiva, metas inalcançáveis, falta de reconhecimento e relações interpessoais tóxicas no trabalho também potencializam o risco. Profissões da área da saúde, educação, atendimento ao público e liderança figuram entre as mais vulneráveis, mas qualquer contexto de pressão constante pode desencadear a síndrome.

Como prevenir o Burnout

A prevenção do Burnout envolve mudanças de hábitos, desenvolvimento de autoconsciência e, muitas vezes, reavaliação de prioridades. Algumas estratégias podem ser aplicadas no dia a dia para reduzir os riscos:

  1. Gerencie o tempo com consciência: Estruturar rotinas, listar tarefas, definir prioridades e evitar acúmulo de funções ajuda a manter uma carga de trabalho realista.

  2. Defina limites claros: Separar vida profissional de momentos de descanso é fundamental. Aprender a desligar do trabalho fora do expediente protege a saúde mental.

  3. Inclua pausas regulares: Intervalos curtos durante o trabalho são essenciais para manter o foco, evitar sobrecarga e reduzir a fadiga mental.

  4. Cuide do corpo: A prática regular de atividade física, mesmo que leve, libera neurotransmissores que ajudam a equilibrar emoções e diminuir o estresse acumulado.

  5. Alimente-se de forma equilibrada: A qualidade da alimentação interfere diretamente na disposição física e no humor. Evitar longos períodos em jejum ou excesso de cafeína pode ajudar.

  6. Priorize o sono reparador: Dormir bem é indispensável para restaurar o corpo e a mente. Manter horários regulares para dormir e acordar faz diferença.

  7. Fortaleça vínculos saudáveis: Relações de confiança, seja no trabalho ou na vida pessoal, funcionam como rede de apoio em momentos de pressão.

  8. Busque ajuda profissional: Quando a sensação de esgotamento se torna constante, a psicoterapia pode ajudar a desenvolver estratégias para lidar melhor com as demandas e a reconhecer limites.

  9. Invista em autoconhecimento: Aprender a identificar sinais de exaustão e entender padrões de comportamento que levam à sobrecarga é um passo importante para mudanças sustentáveis.

  10. Pratique mindfulness ou meditação: Técnicas de atenção plena ajudam a reduzir a ansiedade, melhorar a concentração e trazer mais equilíbrio para a rotina.

  11. Aprenda a dizer “não”: Respeitar os próprios limites, mesmo quando existe pressão externa, é essencial para evitar sobrecargas desnecessárias.

    Adotar essas práticas não resolve tudo da noite para o dia, mas pode ser um grande passo para reduzir a exposição ao esgotamento, equilibrar demandas e preservar a saúde física e emocional.


Quando é hora de buscar ajuda

Quando o esgotamento começa a impactar diretamente a qualidade de vida, o rendimento no trabalho, os relacionamentos e a capacidade de tomar decisões, é importante buscar apoio especializado. Muitas vezes, a pessoa tenta lidar sozinha por vergonha ou por acreditar que dar conta de tudo é uma obrigação — mas o Burnout não é um problema que se resolve apenas com força de vontade.

A psicoterapia é um recurso seguro para compreender os sinais internos, reconstruir prioridades, fortalecer recursos emocionais e aprender a estabelecer limites de forma saudável. Também é possível contar com acompanhamento multidisciplinar, se necessário, envolvendo profissionais de outras áreas da saúde.


Cuidar de si é essencial

Reconhecer que existe uma sobrecarga é o primeiro passo. Cuidar da saúde mental não é sinal de fraqueza — é responsabilidade consigo mesmo. Se os sinais de Burnout já fazem parte da rotina, não hesite em buscar orientação.

Se fizer sentido, este pode ser o momento de dar voz às suas necessidades, sem julgamentos, sem pressão para ser forte o tempo todo. O acompanhamento profissional existe justamente para apoiar quem precisa reorganizar o que não dá mais para carregar sozinho.

Gerusa Duarte é Psicanalista, pós graduanda em Psicologia Analítica. Atende presencialmente em Florianópolis, no bairro Ingleses e online para todo o Brasil e exterior.